2 de dez. de 2012

ATLÉTICO VENCE CRUZEIRO, GARANTE VAGA DIRETA PARA FASE DE GRUPO DA LIBERTADORES E SE SAGRA VICE-CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2012.

O Atlético recebeu o Cruzeiro pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2012 na tarde desse domingo na Arena Independência em Belo Horizonte. Terceiro clássico do ano que, novamente, foi equilibrado, marcado por expulsões e muitos gols. Porém esse teve um final diferente dos outros que ocorreram em 2012 que terminaram empatados em 2 a 2. O Galo venceu a Raposa por 3 a 2.
Foto: Bruno Santana

Com essa vitória e o empate do Grêmio, que era o segundo colocado, os comandados de Cuca garantiram a vice-campeonato e a vaga direta do time para a Copa Libertadores da América de 2013.

Bernard marcou o primeiro gol da partida, Martinuccio e Everton viraram a partida para a Raposa e os zagueiros Leonardo Silva e Réver garantiram a vitória do Atlético. Confira os detalhes da partida a seguir:

Primeiro tempo: Galo abre o placar, tem a chance de ampliar e vê a Raposa empatando no final.

O Cruzeiro usava os contra-ataques e o Atlético sua força em casa que refletiu em sua campanha invicta em Minas Gerais em 2012 e foi nessa força que o Atlético chegou ao gol cedo. Aos 4 minutos Marcos Rocha cruzou para área, a bola foi desviada e sobrou livre para Bernard mandar no canto esquerdo de Fábio que nem teve reação ao chute do jovem garoto. Atlético 1 a 0.
Foto: Bruno Cantini
O Cruzeiro foi em busca do empate assustando o Atlético. Aos 9 minutos Everton seguia em direção ao gol quando, Pierre deu um carrinho por trás do volante que seguia em direção ao gol. Era lance para expulsão, porém o juiz Paulo César de Oliveira economizou o vermelho e mostrou o cartão amarelo ao jogador.

Montillo pegava na bola e fazia a defesa atleticana se preocupar. O argentino foi o jogador mais acionado e eficiente da Raposa na primeira etapa. Aos 19 minutos o meia foi à linha de fundo pela direita, cruzou e o goleiro Victor teve problemas para defender a bola, mas conseguiu se recuperar.

Aos 20 minutos foi a vez de Marcelo Oliveira chegar à linha de fundo. Só que dessa vez pelo lado esquerdo e cruzar para a área. Tinga tocou na bola e ela foi parar na trave do goleiro Victor.

O Atlético respondeu as investidas do Cruzeiro aos 28 minutos. Ronaldinho Gaúcho saiu em disparada pelo meio e tocou para Guilherme na entrada da grande área pela direita. O camisa 10 ajeitou e tentou colocar no ângulo do goleiro Fábio. Porém a bola saiu um pouquinho a direita da trave.

Aos 35 minutos o Atlético teve uma chance em definitivo de ampliar a partida. Guilherme passou para Jô na entrada da área, girou sobre Leandro Guerreiro e foi derrubado. O árbitro Paulo César de Oliveira não hesitou em marcar pênalti para a equipe do Atlético. Ronaldinho Gaúcho foi para a cobrança e não se deu bem. O meia cobrou fraco e rasteiro no canto direito para fácil defesa do goleiro Fábio que agarrou a bola.

A velha e batida frase do futebol “Quem não faz leva!” funcionou novamente. Aos 46 Montillo partiu pra cima de Leandro Donizete na direita, que estava sem a cobertura de Richarlyson que estava do outro lado do campo, chegou a linha de fundo e cruzou na cabeça de Martinuccio que empatou a partida em Belo Horizonte, 1 a 1 no placar.

Segundo tempo: Virada cruzeirense, expulsões e virada alvinegra.

O Cruzeiro voltou para o segundo tempo mais ligado que o Atlético. Aos três minutos Anselmo Ramon cruzou e Leonardo Silva tirou na pequena área. Aos cinco minutos Thiago Carvalho lançou Everton na cara do goleiro Victor. O cruzeirense tocou por cima do goleiro virando a partida no Horto, Cruzeiro 2 a 1.

Logo na jogada seguinte, o Cruzeiro quase ampliou. Martinuccio cruzou para a área e Victor tirou. Aos 8 minutos, Tinga e Leandro Donizete se agrediram mutuamente e foram expulsos da partida.

Com um a menos para cada lado a partida ficou com mais correria devido ao maior espaço sobrando para os dois times. O Atlético se deu melhor nessa disputa, só o empate ou a derrota não bastava para o alvinegro e o Cruzeiro não aguentou a pressão do adversário. Aos 14 minutos Marcos Rocha cobrou escanteio e Marcelo Oliveira marcou contra. Contudo o juiz deu o gol para Leonardo Silva, 2 a 2.

O Galo não parou por aí, precisava da vitória. Continuou em cima do Cruzeiro e a virada veio aos 29 minutos. Ronaldinho Gaúcho cobrou escanteio e Réver subiu sozinho para sacramentar a vitória atleticana, 3 a 2.

O técnico Cuca decidiu fechar o time após a virada, parecia arriscado, mas deu certo. Serginho entrou no lugar de Ronaldinho aos 30 minutos e Richarlyson saiu para entrada de Triguinho minutos depois.

O Cruzeiro chegou a ter a chance de ouro do empate. Aos 48 após bate e rebate na área, a bola sobrou para Leandro Guerreiro que chutou para o gol, mas encontrou o goleiro Victor que salvou o Galo.

Fim de jogo. Com essa vitória, o Atlético conseguiu marcas históricas nessa competição. Alcançou o inédito vice-campeonato na era dos pontos corridos, alcançou os inéditos 72 pontos marcados, conseguiu o melhor ataque com 64 gols, a terceira melhor defesa com 37 gols sofridos, o melhor aproveitamento em um turno no Campeonato Brasileiro e a invencibilidade em casa na competição com 14 vitórias e 5 empates.

ATLÉTICO 3 X 2 CRUZEIRO

Atlético: Victor; Marcos Rocha, Léo Silva, Réver e Richarlyson (Triguinho); Pierre, Leandro Donizete, Ronaldinho (Serginho), Guilherme (Neto Berola) e Bernard; Jô. Técnico: Cuca
Cruzeiro: Fábio, Ceará, Leandro Guerreiro, Thiago Carvalho e Everton (Souza); Charles, Marcelo Oliveira, Tinga e Montillo (Élber); Martinuccio (Wellington Paulista) e Anselmo Ramon. Técnico: Celso Roth

Motivo: 38ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Independência, em Belo Horizonte (MG)
Data: 02/12/2012, domingo
Gols: Bernard, aos 4’ e Martinuccio, aos 46’ do primeiro tempo; Everton aos 5’, Leonardo Silva aos 14’ e Rever aos 29’ do segundo tempo
Árbitro: Paulo César Oliveira (SP)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP)
Cartões amarelos: Pierre, Ronaldinho (Atlético), Everton, Thiago Carvalho e Charles (Cruzeiro)
Cartões vermelhos: Tinga e Anselmo Ramon (Cruzeiro) e Leandro Donizete (Atlético)
Público pagante: 21.232
Renda: R$ 753.000,00

Bruno Santana
bruno_santsouza@hotmail.com
@brunosantsouza
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1 de dez. de 2012

JOGO LIMPO

De Belo Horizonte.
Por Matheus de Oliveira.

O já conhecido time ucraniano Shakhtar Donetsk duelava com uma equipe de nome impronunciável e que só com a ajuda do São Google foi possível escrevê-lo - na base do CRTL + C e CRTL + V, é claro - o Nordsjaelland, da Dinamarca. A partida foi vencida por 5 a 2 pelo clube da Ucrânia.

Mas não foi a quantidade de gols que chamou a atenção no confronto, que seria apenas um coadjuvante em meio a grandes jogos da Liga dos Campeões da Europa. O que despertou o interesse geral foi um dos três gols marcados pelo atacante brasileiro Luiz Adriano (foto), ex-Internacional, atualmente no Shakhtar.

Na ocasião, sua equipe devolveria a bola ao time adversário (que a jogou para fora para que um atleta fosse atendido pelos médicos), mas o jogador aproveitou a ocasião, em que todos estavam parados – inclusive o goleiro adversário - para fazer o gol, enquanto o estádio inteiro, surpreendido, olhava para a cena classificada como uma “descortesia” pelo jornalista William Bonner. Sandra Annenberg diria “deselegante”.
Foto Getty Images
De tão improvável, o fato ganhou 36 segundos no horário mais nobre da Rede Globo, durante o Jornal Nacional. Adjetivos para condenar o atacante não faltaram. Inevitavelmente me veio á cabeça o gol de mão marcado por Maradona na Copa de 1986, contra a Inglaterra. Eu só nasceria sete anos depois, mas quem não conhece a história de “la mano de Dios” (a mão de Deus)?

Luiz Adriano foi lançado ao fogo do inferno, enquanto o ídolo argentino foi exaltado pela “obra divina”. Em 26 anos muita coisa mudou e passamos a enxergar o futebol mais como um esporte em que a ética deve prevalecer, do que um jogo em que tudo vale para vencer. Fato ocasionado pela chegada recente do politicamente correto.

O fair play, traduzido para o português como jogo limpo, quer dizer praticar o futebol com base na moral e nos bons costumes, o que deveria ser algo natural e não apenas no esporte, mas na vida. Ter moral por obrigação é como pedir perdão sem se arrepender. O fair play deve ser, mais do que o ato, a intenção.

Devolver a bola ao adversário quando ele a coloca para fora para que os médicos atendam um colega de trabalho é fair play, mas na hora de entregar a bola mandá-la longe de onde saiu, não.  E para ser fair play de verdade não pode cavar falta, nem pênalti; cair para amarrar o jogo quando seu time estiver ganhando. Deve sempre assumir a infração cometida contra o adversário mesmo que gere um gol contra sua equipe. E por aí vai... O fair play que vemos é hipócrita.
Foto: Divulgação
O veterano polonês naturalizado alemão Miroslav Klose, segundo maior artilheiro de Copas do Mundo - ao lado do germânico Gerd Müller, ambos com 14 gols em mundiais - e atualmente jogador da Lazio, marcou um gol de mão na derrota de sua equipe por 3 a 1 para o Napoli, em outubro, pelo Campeonato Italiano. Klose assumiu o erro: "O árbitro me perguntou se havia tocado a bola com a mão. Confessei que sim. Era o que poderia fazer. Há tantos jovens que assistem aos jogos pela TV, para quem somos modelos”.

Esse é o verdadeiro jogo limpo que dificilmente seria aplaudido por aqui. Imagine o árbitro anular um gol do seu time porque o atacante admitiu que foi ilegal. Você condenaria ou aplaudiria?
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