Por Matheus de Oliveira.
O já conhecido time ucraniano Shakhtar Donetsk duelava com uma equipe de nome impronunciável e que só com a ajuda do São Google foi possível escrevê-lo - na base do CRTL + C e CRTL + V, é claro - o Nordsjaelland, da Dinamarca. A partida foi vencida por 5 a 2 pelo clube da Ucrânia.
Mas não foi a quantidade de gols que chamou a atenção no confronto, que seria apenas um coadjuvante em meio a grandes jogos da Liga dos Campeões da Europa. O que despertou o interesse geral foi um dos três gols marcados pelo atacante brasileiro Luiz Adriano (foto), ex-Internacional, atualmente no Shakhtar.
Na ocasião, sua equipe devolveria a bola ao time adversário (que a jogou para fora para que um atleta fosse atendido pelos médicos), mas o jogador aproveitou a ocasião, em que todos estavam parados – inclusive o goleiro adversário - para fazer o gol, enquanto o estádio inteiro, surpreendido, olhava para a cena classificada como uma “descortesia” pelo jornalista William Bonner. Sandra Annenberg diria “deselegante”.
Foto Getty Images |
Luiz Adriano foi lançado ao fogo do inferno, enquanto o ídolo argentino foi exaltado pela “obra divina”. Em 26 anos muita coisa mudou e passamos a enxergar o futebol mais como um esporte em que a ética deve prevalecer, do que um jogo em que tudo vale para vencer. Fato ocasionado pela chegada recente do politicamente correto.
O fair play, traduzido para o português como jogo limpo, quer dizer praticar o futebol com base na moral e nos bons costumes, o que deveria ser algo natural e não apenas no esporte, mas na vida. Ter moral por obrigação é como pedir perdão sem se arrepender. O fair play deve ser, mais do que o ato, a intenção.
Devolver a bola ao adversário quando ele a coloca para fora para que os médicos atendam um colega de trabalho é fair play, mas na hora de entregar a bola mandá-la longe de onde saiu, não. E para ser fair play de verdade não pode cavar falta, nem pênalti; cair para amarrar o jogo quando seu time estiver ganhando. Deve sempre assumir a infração cometida contra o adversário mesmo que gere um gol contra sua equipe. E por aí vai... O fair play que vemos é hipócrita.
Foto: Divulgação |
Esse é o verdadeiro jogo limpo que dificilmente seria aplaudido por aqui. Imagine o árbitro anular um gol do seu time porque o atacante admitiu que foi ilegal. Você condenaria ou aplaudiria?
0 comentários
Postar um comentário