6 de dez. de 2010

O REI DOS PONTOS CORRIDOS


                No dia 4 de Dezembro o Fluminense se tornou bi-campeão Brasileiro (1984-2010), e teve um comandante no banco de reservas que se tornou “o rei dos pontos corridos”. Muricy Ramalho se tornou tetra-campeão Brasileiro e das ultimas seis edições do principal campeonato nacional, ele ganhou quatro (2006, 2007, 2008 pelo São Paulo e 2010 pelo Fluminense) e foi vice em 2005 com o Internacional, em um campeonato polêmico que terminou nas mãos do Corinthians.


Treinador

Começo no México e auxiliar no São Paulo
Após se aposentar como jogador, treinou o ex-clube Puebla, em 1993 e depois transferiu-se para o São Paulo, para ser auxiliar técnico de Telê Santana e chegou a treinar o time de reservas do tricolor que ganhou a Copa Conmebol de 1994, além de assumir o time principal quando Telê estava de férias, geralmente no começo do ano. Em uma dessas ocasiões, em janeiro de 1994, Muricy até ligou para o técnico, de férias em Porto Seguro, e este ditou o time que deveria começar jogando. Quando Telê teve de se aposentar por conta de uma isquemia, Muricy assumiu o time mas acabou demitido menos de seis meses depois, sendo substituído por Carlos Alberto Parreira. Voltou ao comando do time com a demissão de Parreira e caiu novamente em 1997, depois de um mau início no Campeonato Paulista, sendo substituído por Darío Pereyra, que levou o time ao vice-campeonato. Na ocasião, chegou a prometer que voltaria para cravar seu nome na história do clube.

São Caetano

Pediu demissão ao fim do Brasileiro e assumiu o São Caetano durante o Campeonato Paulista de 2004, que acabou se tornando o único título da história do clube. Muricy contribuiu dando um toque mais ofensivo ao ataque, mas, ao final do torneio, fez questão de lembrar que fora Tite o treinador que montou o time: "Foi ele quem montou o time e escolheu o elenco. Não sou como alguns técnicos que querem aparecer com equipes montadas por outros. O Tite tem muito mérito nesta conquista." No Campeonato Brasileiro de 2004, o São Caetano chegou a liderar na décima rodada, mas, afundado em contusões e na debandada de jogadores importantes, despencou na tabela. O grupo ficou com um clima ruim, que gerou o desgaste do técnico, substituído antes da última rodada do primeiro turno.

Retorno ao Inter

Doze rodadas depois, estava de volta no comando de um time da Série A, o mesmo Inter que tinha comandado no Brasileirão anterior. Terminou a competição no oitavo lugar. No Campeonato Gaúcho de 2005, levou o time novamente ao título, sua quinta conquista estadual consecutiva. Já no Campeonato Brasileiro de 2005, bateu na trave: ficou com o vice-campeonato, no conturbado episódio da anulação de onze partidas por denúncias de compra de resultados com ajuda da arbitragem. Durante essa campanha, o técnico revoltou-se especialmente com a atuação do árbitro Márcio Rezende de Freitas, que não deu um pênalti para o Inter e ainda expulsou o jogador gaúcho envolvido na jogada: "Dá logo a taça para eles, então, caramba! O que mais revolta é que o Márcio não teve coragem de apitar. Ele viu o pênalti e levou o apito até a boca, mas, quando ia apitar, faltou coragem."

Cumprindo a promessa no São Paulo

Deixou o clube gaúcho ao final do torneio e em 2 de janeiro de 2006 assumiu o São Paulo depois de quase nove anos. No começo de 2005, quando o então técnico Emerson Leão pediu demissão, o São Paulo contatou o treinador para ver se havia interesse, mas ele deixou claro que não sairia enquanto ainda tivesse vínculo contratual com o clube gaúcho, então o clube contratou Paulo Autuori e Muricy demorou um pouco mais para voltar ao clube do Morumbi. Lá ele conquistou os Campeonatos Brasileiros de 2006, 2007 e 2008. O segundo título veio depois de ele balançar no cargo por causa da eliminação na Libertadores, diante do Grêmio. Quando o São Paulo perdeu para o Atlético-MG em casa na quinta rodada, Muricy colocou o cargo à disposição, mas o presidente do clube, Juvenal Juvêncio, não aceitou sua demissão. A partir de então, o time sofreu apenas mais duas derrotas antes de conquistar o bicampeonato por antecipação e, no começo de 2008, Muricy foi eleito pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), com onze pontos, o décimo quarto melhor treinador do mundo e o primeiro brasileiro da lista. Além disso, renovou seu contrato com o São Paulo até o fim de 2009.
Mesmo após a conquista do tricampeonato brasileiro, a oposição a Muricy dentro do São Paulo por parte de alguns diretores continuou, o que se agravou com a derrota para o Corinthians nas semifinais do Paulistão de 2009. Sua relação com os jogadores foi-se deteriorando, e o técnico não resistiu à eliminação frente ao Cruzeiro pela Libertadores, em 18 de junho: na noite do dia seguinte foi demitido por Juvêncio. "Fizemos grandes contratações para a Libertadores", explicou o dirigente João Paulo de Jesus Lopes ao JT. "Não é nenhum demérito a ele, mas chegou o momento de mudança." Seu substituto foi Ricardo Gomes.

Palmeiras

Pouco mais de um mês depois, em 21 de julho, o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, anunciou em seu twitter a contratação de Muricy para treinar o time do Palestra Itália em substituição ao interino Jorginho. A contratação deu-se após muitos dias de negociação, inclusive com o próprio Belluzzo anunciando o descarte do treinador por conta do alto salário exigido. O Palmeiras chegou a ser líder disparado do Brasileirão 2009, mas o sonho caiu por terra com seguidas derrotas, e até a vaga na Libertadores foi perdida na última rodada do campeonato.
Mesmo assim Muricy Ramalho emplacou 2010 no Palestra Itália, garantido por Belluzzo, apesar de o vice-presidente de futebol Gilberto Cipullo ter pedido sua demissão. Mas depois de um começo ruim no Campeonato Paulista, ele começou a ser questionado. Para Daniel Piza, colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Muricy "jamais se encaixou na cultura do clube", e sob seu comando "o time passou a jogar de modo mais opaco". Em 18 de fevereiro de 2010 veio a gota d'água: após o Palmeiras ter sido goleado pelo São Caetano por 4 a 1 em pleno Palestra Itália, Muricy Ramalho foi demitido do comando do time alviverde. O técnico encerrou seus oito meses de Palmeiras com treze vitórias, onze empates e dez derrotas em 34 jogos. Como tinha contrato até dezembro, fez um acordo em que receberá metade do salário até lá. Por meio de nota, declarou: "Agradeço o apoio da torcida, que colaborou e sempre me apoiou. Foi um lugar excelente para trabalhar. Não tenho queixas, mas o futebol é assim mesmo."

Fluminense

Cerca de dois meses após sua demisão no Palmeiras, em 27 de abril, apresentou-se ao Fluminense como novo técnico do clube. Em julho foi um dos três treinadores cotados para assumir a seleção brasileira, por ser bem avaliado pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira e o primeiro a ser convidado por ele para substituir o ex-técnico Dunga. Muricy recebeu convite da CBF para ir ao Itanhangá Golf Club na manhã de 23 de julho para um encontro reservado com Teixeira. Apesar da discrição do encontro, o clube recebeu naquele dia uma etapa do Campeonato Brasileiro de Golfe e havia equipes de jornalistas para cobrir o evento, que fizeram a informação começar a circular. Na saída do local, Muricy respondeu apenas à pergunta se queria ser o técnico da Seleção: "Quero, lógico." Enquanto ele seguia para a sede do Fluminense para uma reunião com o presidente do clube, Roberto Horcades, Teixeira dava entrevistas dando a entender que o acerto com Muricy já tinha sido feito: "Tenho a certeza de que ele pode fazer esse trabalho [de renovação]." Pouco mais tarde, o técnico deu uma entrevista ao portal Terra. "Se o Flu não me liberar, o papo vai ser encerrado", disse. "Eu tenho que dar exemplo para os meus filhos. O Fluminense me buscou em São Paulo, e eu não posso deixá-lo na mão. Se o Flu não liberar, eu não vou."
Horcades, antigo parceiro de Teixeira, rompera com o presidente da CBF alguns meses antes e optou por não liberar Muricy. "É com muito orgulho e respeito que estou aqui para informar a todos que o técnico Muricy Ramalho irá continuar à frente do Fluminense para cumprir o seu compromisso conosco", declarou Horcades por meio do site do clube. "Pessoas do nível do Muricy são muito bem-vindas no mundo do futebol." Sem essa liberação, o técnico recusou o convite de Teixeira. No dia seguinte, um sábado, cerca de quatrocentos torcedores foram ao treino do Fluminense, fizeram grande festa quando Muricy entrou em campo e cantaram palavras de apoio a ele durante ao longo das atividades. O técnico, entretanto, reagiu com indiferença. Tal indiferença não seria mostrada no domingo, em partida contra o Botafogo: quando a torcida, que levou cartazes de agradecimento, começou a cantar seu nome, ele acenou de volta e, segundo o Jornal da Tarde, pareceu "comovido".
Por meio de sua assessoria de imprensa, ele divulgou um comunicado agradecendo o convite: "Como pai, o dever de cumprir aquilo que está acertado é a mensagem que passo aos meus filhos e, em nome disso, que mantenho sempre a minha postura e posições em minha vida. Quero dizer à direção do Fluminense que também respeito a decisão do clube e de seu patrocinador e que entendo a posição adotada." Quem ficou com o cargo foi o técnico do Corinthians, Mano Menezes, a quem Muricy desejou "sorte e sucesso". "Nós devemos ter, no futebol brasileiro, trinta, quarenta, cinquenta excelentes profissionais", disse Mano em entrevista coletiva. "Se eu sou o segundo, estou bem colocado. E fui o segundo para o Muricy, que admiro muito como pessoa." Já a CBF publicou um texto em seu site que, para o jornal Folha de S. Paulo, seria uma "alfinetada" em Muricy: "Ele [Mano] mostrou coragem e também orgulho por ter a oportunidade que todo técnico sonha, que é dirigir a seleção brasileira.”

Títulos

Como jogador

São Paulo
  • Campeonato Paulista: 1975
  • Campeonato Brasileiro: 1977
Puebla
  • Campeonato Mexicano: 1983

Como treinador

São Paulo
  • Copa Conmebol: 1994
  • Campeonato Brasileiro: 2006, 2007 e 2008
Shanghaï Shenhua
  • Copa da China: 1998
Náutico
  • Campeonato Pernambucano: 2001 e 2002
Internacional
  • Campeonato Gaúcho: 2003 e 2005
São Caetano
  • Campeonato Paulista: 2004
Fluminense
  • Campeonato Brasileiro: 2010

Prêmios

  • Melhor Treinador do Campeonato Brasileiro: 2005, 2006, 2007, 2008
Fonte: Wikipédia.com 

Bruno Santana
Bruno_santsouza@hotmail.com
@brunosantsouza

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