24 de jun. de 2011

CONHEÇA A RIVALIDADE ENTRE ATLÉTICO E FLAMENGO

Costumo dizer que Atlético x Flamengo é o maior clássico interestadual do Brasil. Quem é da geração 90/00 como eu, pode não conhecer o que eu disse e menos ainda concordar com o que falei, mas se seu pai é atleticano ou flamenguista, certamente saberá falar sobre a rivalidade entre alvi e rubro-negros.


A origem da rivalidade:
Rivalidade que começou de fato no início dos anos 80, quando Flamengo e Atlético tinham os melhores times do Brasil, senão do mundo. As equipes eram base para a Seleção Brasileira. Os cariocas contavam com Raul, Leandro, Mozert, Andrade, Adílio, Zico, Nunes dentre outras feras. O Atlético não ficava atrás. João Leite, Luizinho, Cerezo, Palhinha, Éder, Reinaldo eram as estrelas alvinegras.
Em 80, as equipes travaram um grande duelo pela decisão do Campeonato Brasileiro. Era o jogo de volta e o empate era suficiente pra glória atleticana. Na primeira partida, 1 a 0 pro Galo com um gol de Rei.
Nunes abriu o placar fazendo o Maracanã tremer, Reinaldo empatou emudecendo a torcida rubro-negra. Zico marca o segundo, mas o Rei, Reinaldo que era vaiado pela torcida local que cantava: “Bichado! Bichado!”, mesmo com uma séria contusão no joelho e quase não aguentando ficar em campo empata novamente. A noite era de Nunes e o atacante ampliou mais uma vez em jogada em cima do zagueiro Silvestre que a partir daí foi marcado e nunca mais perdoado pela massa alvinegra.



A polêmica que acirrou os ânimos:
Um ano depois Flamengo e Atlético decidiam uma vaga pra final da Libertadores. Depois dum empate, Atlético e Flamengo duelaram no Serra Dourada. 21 de agosto de 1981 ficou marcado na história do futebol nacional e mundial não pela decisão das duas maiores potências futebolísticas sul-americanas dentro de campo, mas por uma estratégia de marketing bem sucedida pelos cariocas que o levaram ao título continental e posteriormente ao mundial. No decorrer do texto você entenderá.
José Roberto Wright
A partida tinha tudo pra ser um grande espetáculo marcado por jogadas geniais dos craques em campo, mas durou apenas 37 minutos. Com cinco jogadores expulsos, o Atlético foi eliminado da competição sem chance de se defender com a bola nos pés, mas apenas atacado comum soar no apito de José Roberto Wright. Reinaldo foi o primeiro expulso após cometer falta em Zico. O segundo foi Éder ao esbarrar no árbitro quando foi buscar a bola para bater uma falta. No meio da confusão Palhinha levou vermelho, até hoje ninguém sabe o porquê. Logo depois Chicão foi o alvo de Wright ao reclamar sobre as expulsões dos companheiros.O técnico Carlos Alberto Silva também havia levado o vermelho. Só faltava um pro Flamengo ser finalista. Sobrou pra João Leite que segundo o árbitro estava fazendo cera.Tempos depois, um repórter que esteve no jogo e que cobria o Atlético e ainda o faz, Roberto Abras, disse na Rádio Itatiaia que uma empresa de refrigerantes havia encomendado a partida para expor a sua marca na camisa rubro-negra. Após o relato acima, tire você mesmo a conclusão sobre a integridade moral da arbitragem naquela partida.
O que relatei anteriormente foi para apresentar a vocês a rivalidade estabelecida entre atleticanos e flamenguistas, obviamente que uma rivalidade mais acirrada pelos alvinegros tamanha a indignação com a diferença de tratamento entre as duas equipes. Donos talvez, talvez, das duas torcidas mais apaixonadas do Brasil, a rivalidade e o tom de clássico foram alimentados pela imprensa no decorrer das décadas e ainda é tratado como tal.

Um jogo que relembra os velhos tempos:
Atlético e Flamengo sempre fizeram jogos inesquecíveis e, um dos mais recentes e que dificilmente deixará a memória dos torcedores foram os três a zero aplicados pelo Atlético num Maracanã tomado pelos flamenguistas onde conseguiram colocar quase oitenta mil pagantes. O maior público do campeonato.
O Atlético vinha de uma troca recente de treinadores. Alexandre Gallo havia sido mandado embora pelo presidente Ziza Valadares que colocou Marcelo Oliveira, este mesmo técnico do Coritiba, interinamente. Marcelo resolveu mudar o time. Colocou os garotos Renan Oliveira e Serginho e no ataque resolveu apostar no tão questionado Castillo. Era um jogo difícil. O Atlético estava mal no campeonato e fora para o Rio com clara intenção e necessidade de vitória.
O Atlético dava um baile nos flamenguistas. Renan Oliveira e Serginho remetiam Marcelo Oliveira e Cerezo na memória atleticana. O golaço de Castillo, Éder Aleixo. A tranqüilidade de Leandro Almeida, Luizinho. Pedro Paulo sempre incomodando os adversários, Palhinha. Mas voltando à realidade, foi uma noite especial. Pena que foi só aquela e não tivemos outras exibições galáticas naquele ano. Voltando ao jogo, aos trinta minutos Castillo abriu o placar num gol magnífico.
O segundo tempo também só deu Atlético. Renan Oliveira que jogou como na base, digno de uma convocação (se analisarmos apenas aquela partida) marcou o segundo e, aos trinta Leandro Almeida fechou o caixão. Confira os gols na narração do mais completo do Brasil: Willy Gonser:

Ficha do Jogo:
Flamengo: Bruno; Ronaldo Angelim, Dininho e Jaílton (improvisado); Léo Moura, Ibson (Maxi), Kleberson (Erick Flores), Toró e Sambueza; Vandinho (Obina) e Marcelinho Paraíba. Técnico: Cario Júnior
Atlético: Juninho; Sheslon, Marcos, Leandro Almeida e César Prates; Élton (Rafael Miranda), Márcio Araújo, Serginho e Renan Oliveira (Petkovic); Pedro Paulo (Tchô) e Castillo. Técnico: Marcelo Oliveira
Árbitro: Paulo César Oliveira / Auxiliares: Ednilson Corona e Carlos Augusto Nogueira Júnior
Local: Maracanã
Público: 77.387 presentes e 81.317 presentes / Renda: R$1.545.250,00

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