11 de jul. de 2013

COM A FÉ DA TORCIDA, GALO ESTÁ NA FINAL

O Atlético recebeu na noite dessa quarta o Newell’s Old Boys da Argentina pelo segundo jogo da semifinal da Copa Bridgestone Libertadores. Depois de perder por 2 a 0 em Rosário na semana passada, o time de Cuca precisava vencer por 2 a 0 para levar a decisão para os pênaltis, ou vencer por três gols para avançar direto.
Apoio da torcida no Horto foi fundamental.
Foto: Flickr Atlético Mineiro

O Galo devolveu o placar para os argentinos e levou para os pênaltis que foi vencida pelo Galo por 3 a 2. Com o resultado o Galo, pela primeira vez na história dos seus 105 anos, está na final da Libertadores contra o Olímpia do Paraguai.

O primeiro jogo será na próxima quarta-feira, no Defensores Del Chaco, em Assunção. O segundo jogo ainda não está definido se será no Independência ou no Mineirão. O Atlético luta para que essa partida do dia 24 de julho seja no Horto.

Por se tratar de um time argentino e conhecer de toda sua tradição em catimbas, o Atlético via uma missão difícil já que o alvinegro havia tomado gols em todos os jogos da competição, o que dificultaria ainda mais sua missão.

Pois bem, empurrado por sua torcida que não deixou de acreditar um minuto no time durante essa semana levando faixas, mensagens e vídeos de apoio. O Atlético abriu o placar rápido com Bernard aos 4 minutos. Depois disso, o Galo conseguia empurrar o adversário, mas não conseguia marcar.
Pela primeira vez na história dos seus 105 anos, Galo chega a uma final de Libertadores
Foto: Flickr Atlético Mineiro

No segundo tempo, o time não estava bem e não conseguia criar oportunidades. Então uma queda de luz foi providencial para que a partida parasse e que Cuca pudesse organizar seu time de maneira que ele voltasse melhor no recomeço da partida.

Guilherme foi o iluminado dessa vez e marcou o segundo gol do Galo na partida levando a disputa para os pênaltis. Na disputa, Victor garantiu novamente a classificação do Galo para a tão sonhada final da Copa Libertadores da América. Confira os detalhes da partida a seguir:

Primeiro tempo: Gol relâmpago e esperança renovada.

O Atlético entrou em campo demonstrando que queria marcar o primeiro gol rápido. O time entrou de uma maneira que o Newell’s não conseguia sair com a bola do seu campo de defesa. Não demorou para o Independência, que já estava pressão pura sobre os argentinos, vir abaixo de alegria.
Aos três minutos, Tardelli recuperou a bola de Vergini e passou para Ronaldinho. O camisa 10 alvinegro viu Bernard partir em diagonal e passou para o camisa 11 que tocou na saída do goleiro Guzmán, entre as pernas, para abrir o placar no Horto, 1 a 0.

O jogo se equilibrou um pouco mais depois do primeiro gol do Galo. Os argentinos não se abateram, mas o domínio ainda era atleticano. Jô e Marcos Rocha tentaram marcar em chutes longos. O Newell's respondeu com Figueroa e Maxi Rodriguez, que obrigaram Victor a trabalhar.

Uma coisa que faltou nos 90 minutos na primeira partida na Argentina, mostrou efeito em Belo Horizonte. Bernard e Tardelli conseguiam trocar de lados tranquilamente deixando os rubro-negros com dificuldades para marcá-los. Aos 34 minutos, Josué achou Bernard na esquerda, dentro da área, o baixinho chutou no canto esquerdo de Guzmán que fez bela defesa mandando para escanteio.

Aos 35 minutos, Bernard, novamente, acionou Diego Tardelli pela esquerda que entrou na área e tocou por cima de Guzmán para o meio da área. A zaga argentina providenciou o corte da bola. No lance, Tardelli, sem intenção, acertou as travas da chuteira no supercilho do goleiro do Newell’s. que precisou de nove minutos para ser atendido em campo já que, por se tratar de um goleiro, não podia ser atendido fora.

Mas foi o Atlético que teve as melhores oportunidades. Bernard e Diego Tardelli mostravam ótima movimentação. Ambos tabelaram aos 34 minutos e criaram um lance de muito perigo. Tardelli, em velocidade, no canto da área, cruzou por cima do goleiro Guzmán, que se arriscou na saída do gol. Mas o volante Mateo salvou o cruzamento, de cabeça, mandando a bola para escanteio.

O goleiro Guzmán se machucou no lance e precisou ser atendido. Depois, ele salvou o Newell's de sofrer o segundo gol. Josué tabelou com Tardelli dentro da área e finalizou. Mas o camisa 1 argentino defendeu.

No recomeço da partida, Josué tabelou com Tardelli e saiu na cara de Guzmán. O goleiro, que estava com a visão comprometida, abafou e salvou o time argentino de levar o segundo gol.

No fim da etapa inicial, o Atlético pediu pênalti em lance que o árbitro não marcou nada. Jô avançou dentro da área e caiu em disputa com o zagueiro Lopez. O primeiro tempo terminou com uma vantagem magra do Galo e mais trabalho ainda para ser feito no segundo tempo.

Segundo tempo: Queda de produtividade e queda de luz “divina”

O Atlético voltou caçando o segundo gol logo no início. Ronaldinho bateu falta para a área, Guzmán dividiu bola com Jô e na sobra Tardelli foi segurado por Mateo. A arbitragem nada deu a favor do Atlético.

O Newell’s teve o contra-ataque que era considerado o perfeito aos 9 minutos, mas não chegou ao gol. Três argentinos contra dois atleticanos que terminou em corte providencial da zaga.

A intensidade do jogo caiu no segundo tempo. O Newell's, recuado, conseguiu impedir os avanços alvinegros mais contundentes. Os argentinos queriam encaixar um contra-ataque, mas também não tinham sucesso. Cuca foi para o tudo ou nada acionando Luan no lugar do volante Pierre. Nenhuma chance de gol concreta foi criada até aos 33 minutos.

Aos 33 minutos, aconteceu algo “divino”. Eu falo divino porque até o técnico Cuca definiu esse momento como “divino”. Metade dos refletores do lado da torcida do Setor Ismênia se apagaram. O árbitro paralisou o jogo. O técnico Cuca aproveitou para orientar o time. Enquanto isso, nas arquibancadas, a torcida gritava “eu acredito”. Após 11 minutos, as luzes se acenderam e o duelo recomeçou.

A estratégia era só uma: atacar, atacar e atacar, em busca do segundo gol. Guilherme e Alecsandro foram acionados no lugar de Tardelli e Bernard.

Guilherme entrou bem na partida e seria o nome do tempo regulamentar. Ele recebeu um cruzamento rasteiro de Luan e deu o seu cartão de visitas ao mandar com perigo no lado esquerdo de Guzmán.
Acho que o torcedor do Atlético não vai questionar o seis milhões de euros pago por Guilherme tão cedo. Aos 39 minutos, a bola foi alçada na área e Mateo rebateu mal para fora da área e ela caiu justamente nos pés do tão criticado jogador atleticano. O camisa 17 bateu no canto esquerdo de Guzmán fazendo o Horto explodir, Galo 2 a 0.

O sonho estava perto, mas ainda faltava mais um gol, ou encarar a dolorosa disputa depênaltis para chegar a inédita final de Libertadores. Inflamado, o Independência empurrou o Galo nos minutos finais. O resultado de 2 a 0 levou a decisão do confronto para os pênaltis.

Disputa de pênaltis: O iluminado Victor brilha novamente no Horto.

Na disputa de pênaltis começou com Alecsandro fazendo a primeira cobrança. O atacante bateu firme, forte e alto no canto direito de Guzmán que chegou a acertar o lado da cobrança, mas não defendeu. Scoco, pelo Newell’s, bateu a cavadinha no centro sem chances para Victor.

Na segunda cobrança, Guilherme partiu e cobrou no ângulo esquerdo de Guzmán. Vergini bateu no centro convertendo a cobrança.

Na terceira cobrança, Jô bateu colocado, rasteiro no canto esquerdo, porém a bola foi para fora. Casco mandou a bola no travessão e logo depois foi para fora.

Na quarta cobrança, Richarlyson isolou a bola. Cruzado, com inveja, também repetiu o feito do camisa 20 atleticano.
Estrela de Victor brilha novamente e Galo está na final da Libertadores.

Ronaldinho Gaúcho teve a responsabilidade fechar a série de cobranças pelo Atlético. O camisa 10, mandou no canto esquerdo sem chance para Guzmán, que não apareceu na foto. Maxi Rodriguez, jogador de duas Copas do Mundo, teve a responsabilidade nas suas costas. Se perdesse já era. O camisa 11 foi para cobrança e mais uma vez o iluminado Victor, que havia classificado o Galo para semifinal após uma defesa heroica contra o Tijuana, pulou no canto esquerdo defendendo a cobrança do camisa 11. Fim de jogo e Atlético pela primeira vez na história dos seus 105 anos está na final da Copa Libertadores da América.

ATLÉTICO 2 (3) X (2) 0 NEWELL’S OLD BOYS

Atlético: Victor, Marcos Rocha, Gilberto Silva, Leonardo Silva e Richarlyson; Pierre (Luan) e Josué; Diego Tardelli (Alecsandro), Ronaldinho e Bernard (Guilherme); Jô. Técnico: Cuca
Newell's Old Boys: Nahuel Guzmán; Marcos Cáceres (Orzán), Santiago Vergini, Gabriel Heinze (Victor Lopez) e Milton Casco; Lucas Bernardi, Diego Mateo e Rinaldo Cruzado; Víctor Figueroa (Martin Tonso), Ignacio Scocco e Maxi Rodríguez. Técnico: Gerardo Martino

Gols: Bernard, 3min/1ºT, Guilherme, 50min/2ºT
Cartões amarelos: Pierre, Bernard (ATL); Cáceres, Casco, Tonso (NOB)
Motivo: segundo jogo da semifinal da Copa Libertadores
Data: 10/07/2013, quarta-feira, às 21h50
Local: Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Roberto Silvera (URU)
Assistentes: Miguel A. Nievas (URU) e Carlos Pastorino (URU)

0 comentários

Postar um comentário