A água marcou o início dessa trajetória alvinegra que
terminou no título da Copa Libertadores da América de 2013. No dia 03 de
fevereiro de 2013, Cruzeiro e Atlético fizeram o clássico que marcou a
reabertura do Mineirão em grande estilo. Talvez não para os atleticanos, o
clássico que terminou com a vitória do Cruzeiro por 2 a 1, mostrou uma
deficiência do novo estádio para o Brasil, a falta de água.
Dez dias depois, com a chegada de Diego Tardelli, o
Atlético estava recebendo o São Paulo pela Libertadores, após treze anos sem
disputar a competição. Engraçado o tão falado número treze que é o número do
Galo no jogo do bicho. Pois bem não bastava só essa coincidência envolvendo o
número treze não. O jogo de estreia foi no dia 13 de fevereiro de 2013, o ano
que seria do Galo. Dois mil e Galo para os torcedores.
Torcedor exibe copo de água que ele guarda até hoje! |
Esse jogo teve o ingrediente que começou toda essa
história, á água. Cadeiras do Independência tinham um copinho de água mineral
com os seguintes dizeres “aqui tem água” provocando os rivais que se diziam
donos do Mineirão.
Mas não seria a única vez que a água seria protagonista
nesse jogo contra o São Paulo na primeira rodada do Grupo 3 da competição. Aos
15 minutos, Ronaldinho Gaúcho foi tomar um pouco de água do goleiro Rogério
Ceni no atendimento de Pierre, que estava sentindo dores, enquanto Marcos Rocha
aguardava para cobrar um simples lateral. Ronaldinho foi malandro, ele esperou
adiantado sabendo que lateral não tinha impedimento e recebeu a cobrança de
Marcos livre, enquanto Jô invadia a área e abria a estrada para o caminho do
título alvinegro. Aquela partida terminou 2 a 1 para o Galo com mais uma
assistência de R10.
Fevereiro ainda
tinha espaço para mais uma partida histórica.
Fevereiro reservava ainda mais uma partida histórica. No
dia 26, os comandados de Cuca foram para a Argentina enfrentar o Arsenal de
Sarandí. Um susto já estava reservado para aquele confronto na terra dos nossos
hermanos. Noprimeiro minuto Furch abriu o placar para o time argentino.
O Galo contava com um bambino que hoje, vale muito ouro.
Bernard mostrou que seria peça chave naquele time na competição e marcou três
gols na partida que terminou 5 a 2 para o Galo. O maior resultado de um time
brasileiro dentro dos solos argentinos. Pela primeira vez na história também,
um jogador brasileiro marcou três gols na terra dos hermanos. Tardelli também
marcou seu primeiro gol após seu retorno ao Galo.
Caminho aberto
para a classificação.
Depois de duas vitórias, o Galo já estava perto da
classificação e tinha caminho aberto para conquistá-la. O time recebeu o The
Strongest em casa pela terceira rodada
no dia 07 de março. Os bolivianos deram trabalho, mas Jô e Ronaldinho
Gaúcho marcaram os gols da vitória por 2 a 1 que deu os nove pontos em três
jogos para o Galo. Nesse jogo R10 quebrou um fantasma de não marcar um gol de
pênalti após errar três cobranças seguidas. Duas pelo Galo e uma pela Seleção
Brasileira.
Galo vence na
altitude e garante classificação
A partida no Horto contra os bolivianos foi uma partida
chata. Imagina na altitude. O Galo subiu o morro e foi enfrentar o The
Strongest em La Paz. O Galo saiu na frente com Tardelli, sofreu o empate no
final do primeiro tempo com Reina. Com sustos e algumas devolvidas de ataque no
segundo tempo, Mendez marcou contra e garantiu a quarta vitória do Galo em
quatro jogos. Vitória que garantiu a classificação.
Missão agora era
ser o melhor da primeira fase
Não existe time bobo na Libertadores isso é fato. O
Arsenal que havia perdido por 5 a 2 com o hat-trick de Bernard na segunda
rodaad, tinha acabado de empatar com o São Paulo no Morumbi. Isso havia ligado
o sinal de alerta para o Galo que não seria fácil enfrentar os argentinos.
Sem Bernard que estava com uma luxação no ombro esquerdo,
o Galo foi abrrindo uma fácil vantagem. Jô havia dado uma assistência a
Tardelli que marcou o primeiro gol dos alvinegros. O mesmo Jô havia dado uma
assistência parecida a Luan que sofreu falta fora da área, mas o juiz assinalou
pênalti. R10 cobrou e marcou o segundo gol do Atlético. Na comemoração,
Ronaldinho homenageou Tardelli com a metralhadora.
Os primeiros 22 minutos foram avassaladores, porém o Galo
sofreria uma nova baixa. O nome do Atlético na primeira fase era Diego
Tardelli. O camisa 9 do Galo que havia sentido uma fisgada no jogo anterior
contra o Tupi pelo Campeonato Mineiro sentiu a mesma dor novamente e saiu do
jogo. Tardelli ficou de fora por três semanas.
Os argentinos diminuíram, porém o Galo foi avassalador no
segundo tempo. Com direito a gol de placa de Ronaldinho Gaúcho. Os soldados do
Horto repetiram o placar de Sarandí na Argentina e goleou o Arsenal novamente
por 5 a 2.
Com baixas, Galo
sofre revés no Morumbi.
Sem Tardelli e Bernard, o Galo foi para o Morumbi tentar
eliminar o São Paulo. O tricolor jogava o tudo ou nada na competição. O empate
e a derrota não interessavam, somente a vitória interessava.
Com o apoio de 50 mil pessoas no Morumbi, o São Paulo
venceu por 2 a 0 com gols de Ademilson e Rogério Ceni de pênalti. Confirmado o novo
confronto entre os brasileiros nas oitavas de finais, Rogério saiu do jogo
afirmando que o São Paulo era o time da fé e Ronaldinho rebateu falando que
agora a história era diferente. Que o time alvinegro iria jogar sério.
ATLÉTICO PASSA
SUSTO EM TODAS AS FASES. TODAS COM SOFRIMENTO!
São Paulo começa
avassalador e Lúcio encaminha eliminação tricolor.
Primeira fase acabou, agora a história é outra. Com
vantagem de jogar todos os jogos em casa até o final, o Galo foi ao Morumbi
novamente enfrentar o São Paulo. Os tricolores estavam mordidos com a
declaração de Ronaldinho no último jogo. Com um começo alucinador, Jadson abriu
o placar com assistência de Ganso aos 8 minutos.
Ademilson teve várias chances para ampliar para o São
Paulo e não conseguiu. O Atlético conhecido por ser o clube mais azarado do
Brasil conheceu a tal da sorte. Aos 35 minutos, Lúcio fez dura falta em Bernard
e foi expulso.
O Galo cresceu no primeiro tempo e o São Paulo foi
castigado, Bernard aos 46 do primeiro tempo, cobrou escanteio na cabeça de
Ronaldinho que empatou a partida. No segundo tempo Tardelli marcou contra seu
ex-clube e deu números finais em São Paulo. O galo levava 2 a 1 de vantagem
para o Horto, seu palco preferido.
Atlético da um show
no Horto encantando toda a população sul americana.
Caiu no Horto ta morto! Mais uma história desse bairro
estava para ser escrita. Com uma aula de futebol, o Galo goleou o São Paulo por
4 a 1 e mandaram os paulistas embora da competição.
No final do jogo Ronaldinho deu uma alfinetada nos são
paulinos falando que estava se divertindo na competição.
No México, o
sofrimento aumentou.
O Atleticano não sabia, mas o sofrimento iria aumentar a
cada fase que ele passava. Jogando em gramado sintético, o Galo viu o Tijuana
abrir 2 a 0 no placar.
O técnico Cuca não segurou resultado. Ele foi pro tudo ou
nada e conseguiu o tudo. Tardelli diminuiu a partida e Luan, no último minuto
da partida empatou a partida na terra da Tequila.
Para muitos a semifinal já estava garantida já que os
mexicanos conheceriam o famoso palco do Horto. Não foi bem assim...
Pânico no Horto.
Novamente o Horto, o Galo a cada jogo inovou em suas
partidas em Belo Horizonte. Com a máxima “Caiu no Horto ta morto”, todos os
torcedores foram para o Independência com a máscara do filme “O Pânico”
querendo assustar os adversários. Quem ficou em pânico foram os atleticanos.
Riascos era o nome de um cara que a torcida teria
pesadelos. Aos 25 minutos o mexicano abriu o placar no Horto que ficou em
choque. Nas bolas aéreas, o Atlético chegou ao empate com Réver.
Foi a partida mais dura de todas segundo os atleticanos.
O Tijuana chegava para finalizar a partida em diversas oportunidades no segundo
tempo e o atleticano estava em pânico. O melhor sentimento para descrever o que
os torcedores passavam por ali. Aos 46 minutos o sonho nunca esteve tão perto
de terminar. Leonardo Silva cometeu pênalti em Aguilar.
Nascia um santo no
Horto.
Silêncio na Arena Independência era incrível. Todos com
um filme na cabeça. Podia ser filmes diferentes, mas na cabeça de um atleticano
naquele estádio se passava algum filme, alguns foram embora chorando antes da
cobrança, outros queriam ir embora mas algo os prendia naquele estádio de
futebol. Pessoas choravam, pessoas viravam de costas para não ver o lance,
somente presenciar. Será que o Atlético seria eliminado? Será que a
invencibilidade do Horto chegaria ao fim? Será que o sonho teria um término? Tudo
isso era decifrado em um simples silêncio.
Riascos, que tinha tomado a bola de Arce que realizaria a
cobrança sob o mando do técnico Antonio Mohamed, foi para a cobrança. Victor
que nunca havia defendido um pênalti com a camisa do Atlético tinha a
responsabilidade de manter a chama de um sonho de uma torcida apaixonada nas
suas mãos. Mas foram os pés, para ser mais exato o pé esquerdo que deu o alívio
para a torcida alvinegra.
Riascos partiu para a cobrança chutou no meio, e Victor,
que já estava caindo para o lado direito, levantou a perna esquerda defendendo
a bola do jogador do time rubro-negro. O Independência estava tremendo nesse
momento. O Atlético segurou o resultado e se classificou, de forma dramática,
para as semifinais.
Mais sofrimento,
desta vez, na Argentina.
O Atlético enfrentava um time que tinha um trio mágico.
Figueroa, Maxi Rodriguez e Ignácio Scoco. Veio o Newell’s Old Boys da Argentina
para cima do Galo. Em Rosário, o Galo começou outro drama para sua torcida.
Com gols de Maxi Rodriguez e Scoco, o Atlético foi
derrotado na Argentina por 2 a 0. O Galo apostava novamente no Horto para
chegar ao seu sonho. Ronaldinho saiu de campo afirmando “se tivermos que deixar
sangue lá (no Horto), nós vamos deixar!”.
Santo aparece
novamente no Horto e um desacreditado entra na história do clube.
Novamente a história ficou para ser decidida no palco
predileto dos torcedores do Galo, o Horto. Com três minutos o Galo abriu o
placar com Bernard em um primeiro tempo que duraria 54 minutos.
No segundo tempo, o Galo não conseguia envolver os
argentinos e algo aconteceu. As luzes se apagaram no Horto. Cuca teve tempo
para organizar seu time e conseguiu. Guilherme, que havia entrado no lugar de
Diego Tardelli, fez um gol aos 50 minutos e 17 segundos. Lembra-se daquela
mística do 13? 5 + 0 + 1 + 7 = 13.
A partida foi para os pênaltis e novamente mais
sofrimento. Jô e Richarlyson erraram os pênaltis para o Galo, mas o Newell’s
também estava nervoso. Casco e Cruzado também erraram para os argentinos.
Ronaldinho marcou o gol e as responsabilidades da grande
final da Libertadores estavam nas mãos de Victor e nos pés de Maxi Rodriguez. O
São Victor do Horto apareceu novamente e pulou no canto esquerdo defendendo a cobrança
do argentino.
SIM O GALO ESTAVA NA FINAL DA LIBERTADORES APÓS 105 ANOS
DE HISTÓRIA!
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