Os olhos de uma nação inteira estava voltado para um
lugar. Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão. Pouco mais de 57 mil
viram o que o futebol é capaz de proporcionar. Um penta campeão mundial contra
um Chile em uma oitavas de final de Copa do Mundo. A lógica diria que o Brasil
passaria facilmente, mas a lógica nunca foi bem vinda ao futebol, e falando da
Copa de 2014, ela está mandando um beijo para os amantes do futebol. Os
chilenos nos brindaram com um jogo que, mesmo que o hexa não venha, será
memorado por muitos e muitos anos pelo torcedor brasileiro. Uma memorável
partida dramática valorizando ainda mais o drama com uma classificação nos
pênaltis.
Começamos a partida bem. Usamos a fragilidade do nosso
adversário, a bola aérea, para abrir o placar com um gol de David Luiz. E eles
enxergaram uma fragilidade nossa. Em um lateral batido rapidamente, Vargas
tomou de Hulk e tocou para Sanchez, livre na área, empatar ainda no primeiro
tempo nos dando a primeira sensação de medo do novo poderoso do futebol atual,
o Chile.
O nosso meio de campo sumiu. As bolas rifadas e as
laterais inoperantes ofensivamente era um sinal de que as coisas não estavam
bem. O primeiro tempo terminou e os problemas continuavam por toda a segunda
etapa. Apesar do gol anulado de Hulk, o adversário era melhor e jogava para
vencer chegando a exigir uma grande defesa de Julio Cesar. Se tivesse um
vencedor moral, coisa que graças a Deus não existe no futebol, seria o Chile.
A torcida tentava apoiar, mas transmitia o medo para os
jogadores, de vez em quando o hino, outras um novo grito ensaiado ou até mesmo
o "eu acredito!" que, no Mineirão já salvou o Atlético na
Libertadores em 2013.
Veio a prorrogação. Nela, o Brasil igualou um pouco o
adversário que estava tomando conta da partida, mas mesmo assim, mais dramaticidade
estava reservada nesta partida. No último minuto do segundo tempo da prorrogação,
uma chute de Pinilla no travessão de Julio Cesar.
Veio os pênaltis e as cobranças realizadas no lado sul do
Mineirão. E um gigante cresceu. Gigante este que, desde a sua falha na Copa do
Mundo 2010, queria se redimir e teria esta chance hoje. Julio Cesar defendeu
dois pênaltis e contou com o erro de Jara que realizou a última cobrança na
trave esquerda.
Estamos nas quartas de final. Depois da emoção, o apoio
dos companheiros a Julio Cesar, o nome da partida, em especial de um goleiro
reserva. Victor, que foi decisivo naquele mesmo gol quase um ano atrás em uma
final de Libertadores tinha dado ao arqueiro titular o terço que ganhou naquela
competição e que, movido pela fé, ajudou os dois goleiros debaixo daquela mesma
trave.
Temos que melhorar. Precisamos preencher o meio de campo,
fazer uma marcação mais adiantada e uma participação ofensiva consciente dos
laterais para dar mais opções. Que venha a Colômbia. Apesar da apreensão
passada nas quatro partidas da competição, ainda temos a esperança de trazer o
hexa. Afinal, a lógica nunca existiu no futebol.
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